Autobiografia Iuri Kosvalinsky

Nasci em Privolnoye, região rural em Stavropol, mesma cidade do antigo lider soviético Mikhail S. Gorbachev. Sou filho de Anna Kosvalinsky e Piotr Valitch Kosvalinsky. Minha mãe sempre cuidou dos afazeres domésticos e da pequena dacha em Privolnoye. Poucas vezes saiu dessa região. Meu pai serviu por muitos anos o Exército Vermelho na região da antiga Alemanha Oriental e ultimamente estava na região de Vladivostok a serviço do antigo KGB. Ainda estou tentando tira-lo de lá para que possa viver alguns anos com minha mãe. Temos poucas noticias dele naquela região. Tenho dois irmãos mais novos, um trabalha na região de Privolnoye, Alexei Kosvalinsky que permanece dando apoio a nossa mãe e Johey Kosvalinsky que trabalha em Moscou há algum tempo, veio muito depois da radical mudança de União Soviética para Rússia, não conviveu com as épocas difíceis na grande metrópole. Durante os anos do regime soviético notei que muitos amigos simplesmente desapareciam durante a noite sem deixar notícias. Eram tempos de preocupações – não com nossas carreiras, mas com quem poderíamos conversar, quem eram os vizinhos... Época difícil. Mas os tempos estão mudando e devemos agradecer à Gorbachev, o qual permitiu muitas mudanças através da Perestroika e da Glasnost. No passado me comuniquei muito com ele, afinal muitas de suas idéias pude colocar em pratica na Universidade de Lemonossov, onde trabalho desde 1987, mas agora tem bastante tempo que não temos mais contato. Consegui algumas promoções na universidade e então minha vida melhorou bastante, pude me casar e consolidar uma família. Svetlana, minha esposa há oito anos e meus dois filhos Igor e Raissa, o primeiro com oito anos e a segunda com quatro anos de idade compõem minha casa na capital. Quero que meus filhos, vivendo na atual Moscou, tenham grandes oportunidades, muitas das quais nem eu e nem Svetlana tivemos em outra época. Tive a oportunidade de visitar minha mãe três vezes neste período em que me encontro em Moscou. Durante nosso namoro descobrimos juntos, da noite para o dia, que estávamos em outra nação, a antiga União Soviética dava lugar a um emaranhado de quinze novas nações independentes e a Rússia era agora nossa casa, e o grande líder Gorbachev se retirava do controle da nação e do Partido Comunista. Sou apaixonado pela seleção russa de futebol, onde tivemos grandes nomes, mas infelizmente não estamos conseguindo bons resultados nos últimos anos. Apesar de termos vários jogadores brasileiros em nossos clubes, o futebol russo não atravessa um bom momento. Adoro, juntamente com Svetlana as orquídeas e outras espécies de flores, animais e plantas. Fizemos juntos uma viagem a região de Irkutsk, visitamos o Baikal, a região de Kamchatka, as Ilhas Kurilas e outras regiões selvagens de nossa grande nação. Cada viagem uma emoção diferente. Também pude me ver em paises da Europa como a França, Romênia, entre outros e viajei por quase todas as antigas republicas soviéticas difundindo o trabalho da Universidade Lemonossov. Dizem, “as más línguas”, que possuo amantes, mas não consigo entender estas colocações, algumas mulheres se aproximaram de mim, entretanto, se afastaram ao descobrir, que apesar de minha vida conturbada socialmente, sou extremamente isolado. A primeira foi Raissa que não vejo há muito tempo, depois Visna Mariokova que foi embora, a procura de uma vida melhor para a França e, ultimamente Aline Piestchev que já faz também bastante tempo que não nos encontramos. Mas todas elas estavam comigo porque precisavam de atenção mas não precisam mais. Um fato marcante e histórico em minha vida conjugal, foi que em 20 de agosto de 1991 estivemos juntos nas ruas moscovitas quando aconteceu o Golpe de Agosto e quando o bêbado do Ieltsin se aproveitou da situação, mas isto é passado e hoje estamos lutando por uma vida melhor.

«voltar